quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Criou-se Dois Mundos


Criou-se Dois Mundos


No conceito comercial, um quilo de ouro tem muito mais valor do que um copo d’água, no qual todos concordam, sem vacilar. Se usarmos outro exemplo, sobre a questão da sobrevivência de nosso corpo, e  supor que estamos numa determinada região que foi assolada por uma grande e prolongada seca, ou algo semelhante, em que um copo d’água significa a vida ou a morte, os valores irão oscilar; alguns resistirão em aceitar a troca, não haverá a concordância de todos.

Podemos citar um terceiro exemplo,  como o que foi descoberto num manuscrito do Antigo Egito no início do século XX, no qual descreve a vida do Contador do Faraó e narra a sua preocupação de como fazer para alcançar com segurança o caminho da vida eterna, sendo que um dos trechos se refere… “lá em um determinado plano do Além, o nosso coração será avaliado em relação ao peso de uma pluma (pena), ilustrando que todos os nossos atos prós e contras, estariam representados simbolicamente pelo nosso coração, e se conseguirmos manter-nos puros, e até mais leves que a própria pluma, será aberto o último portal, caso contrário, se o coração pender mais pesado na balança, o peregrino será julgado, perdendo assim a consciência que adquiriu com muito esforço ao longo da vida”.

Para a atualidade, isto é uma medida de valor quase inconcebível 
incompreensível,  da mesma forma como ocorreu com vários avisos e advertências que chegaram sem efeito à época atual.
O que ocorreu?
Nós nos afastamos tanto das irradiações luminosas ao longo de milênios, que os conhecimentos das Leis da Natureza que é a mesma da Lei da Criação, era algo tão natural para todos, como também o conhecimento pós vida não era nada estranho, sabiam que cada pensamento, cada palavra, cada ação, cada sentimento intuitivo, iriam influenciar e moldar o corpo mais fino, aquele que iremos receber como resultado da nossa atividade. Com o distanciamento das influências luminosas, surgiu com o tempo um grande abismo e confusão; o ensinamento referente à espiritualidade ficou sendo conceituado como algo nebuloso, místico e correndo o risco de se manchar e se sujar; e o místico foi aceito e elevado a outros patamares, invertendo assim os valores.

O que era um saber puro dos Povos Antigos, quando outrora saímos da pátria como criaturas inconscientes, e que deveríamos empreender todos os esforços e aspirações para retornarmos como ser humano autoconsciente e espiritualizado; esse saber foi se extinguindo, tornando-se estranho, tido como fora de moda.
Antes, a voz mais fina, a voz da nossa intuição, pressentia uma unidade e seus efeitos aqui e no mundo mais fino; hoje se criou dois mundos, um terreno e outro desconhecido e cheio de mistério.
Uma das consequências de tudo isso, foi o crescimento da indolência, desconfiança e muitos outros conceitos negativos.
Outrora, tudo era recebido com pureza e infantilidade, cada um se sentindo tão pequeno pela graça e bondade do Criador, aceitando tudo com humildade e imensa felicidade.
Hoje tudo mudouenfraqueceu-se a voz que nos orientava e nos advertia, a voz da nossa intuição; e triunfou a voz do raciocínio.
Tudo é recebido com desconfiança, até as mais belas possibilidades ou as mais severas advertências.
    Assim, triunfou a Desconfiança.   

                                                               

                                                 Escrito por: Yoshio Nouchi

Nenhum comentário:

Postar um comentário